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Podia escrever aqui muita coisa, mas nada seria tão certo e real como os pequenos desabafos aqui deixados... Desabafos de vida...

quarta-feira, 26 de março de 2008

A Fada Oriana

(Adaptação da obra da autoria de Sophia de Mello Breyner Andersen)


Era uma vez uma fada chamada Oriana. A Oriana era uma daquelas fadas boas que nos protegem quando temos medo ou nos magoámos nas pedras do caminho. Sim…porque como em tudo na vida existem fadas más que nos pregam rasteiras e tornam os dias tristes e escuros.
Mas a nossa fada Oriana era tão boa, que um dia a Rainha das Fadas confiou-lhe um planeta que ficava perto de uma grande estrela brilhante: o planeta Terra. E a fada Oriana prometeu a partir daquele dia cuidar do planeta e de todos que nele morassem.
A nossa fadinha era quem primeiro acordava no lindo planeta. Quando o primeiro raio de sol despontava no horizonte a fada Oriana, que dormia no tronco de uma árvore, saltava cá para fora e, batendo graciosamente as suas belas asas, voava pelo planeta Terra afim de cumprir a sua promessa.

Oriana começava sempre pelo país com mais habitantes do planeta: a China. As pessoas andavam todas sempre de um lado para o outro e sem tempo livre! Nesse dia, a fada Oriana Olhou para uma janela e através dela pôde ver uma família a tomar o pequeno-almoço quase sem falarem entre si. O membro mais pequenino da família, tentava contar aos pais as suas novas façanhas na escola, mas os pais nem tinham tempo para ouvir o seu pequenino. Ao ver isto, Oriana agitou a sua varinha e fez o relógio que estava pendurado na parede da cozinha começou a ter um tic-tac cada vez mais lento…um minuto parecia uma eternidade. Os pais do pequenino já tinham tempo para ouvir suas aventuras, assim como todos os pais da China.
Oriana levantou voo graciosamente e partiu para mais um país do belo planeta Terra. Era um país onde as pessoas eram cor de chocolate. Um país que tinha saído de uma guerra há pouco e quase todos os campos estavam cheios de minas que a qualquer momento poderiam explodir!
Oriana ficou assustada com o que poderia acontecer e com um agitar gracioso da sua varinha, surgiu uma ponte que atravessava os campos. Os habitantes cor de chocolate saltaram de alegria quando viram que poderiam atravessar os campos em segurança. Feliz por ver tanta alegria, a boa fada partiu de novo e foi batendo as suas asas graciosamente e cumprimentando todos os pássaros que por ela passavam. Como era belo aquele planeta chamado Terra!
Parou em mais um país, desta vez um país mesmo ao lado do mar. Aproximando-se mais do chão viu uma casa muito simples e espreitando lá para dentro viu que a casa tinha poucos móveis e que as pessoas que nela viviam era muito simples e que tinham muito pouco para comer. Perto da casa havia uma pequena floresta onde Oriana apanhou três pedras brancas que colocou dentro de casa e, que com um toque da sua varinha, transformou no que mais era necessário naquela casa modesta.
E assim se passavam os dias da fada Oriana, ajudando quem precisava, até que um dia… Oriana estava a voar e ouviu uma voz bastante aflita pedindo ajuda… era um peixe que tinha saltado fora da água e não conseguia voltar. A Oriana agarrou gentilmente no peixe e colocou-se de novo dentro de água e ao faze-lo, vislumbrou o seu reflexo cristalino nas águas sossegadas do rio.
Ficou estupefacta e maravilhada ao mesmo tempo. Nunca tinha olhado para si mesma e a partir deste dia Oriana ficou tão viciada no reflexo que via nas águas que deixou de se preocupar com a promessa que tinha para com o planeta Terra.
Os pais da China deixaram novamente de ter tempo para os seus filhos, as pessoas pobres deixaram de ter o que lhes faltava, aos pobres e abandonados restava apenas a solidão…
Oriana estava tão aturdida com a sua imagem que nem se dava conta do tempo que passava quando estava na margem do rio e muito menos se lembrava das dificuldades que o belo planeta estava a passar sem a sua ajuda e protecção. Assim se passou um ano… Findo este ano, a Rainha das Fadas foi até ao planeta Terra e, aproximando-se de Oriana retirou-lhe a varinha e as asas delicadas como as de uma borboleta. Era o castigo por durante um ano não ter tirado os olhos do seu reflexo e por não ter cumprido a sua promessa. Oriana chorou, chorou, chorou… Mas a Rainha das Fadas não voltou atrás na sua decisão e disse a Oriana que só recuperaria os seus poderes se remediasse o mal que tinha feito ao belo planeta azul. E dito isto foi embora.
Oriana continuo a chorar ate se cansar e, quando finalmente já não tinha mais lágrimas para chorar, decidiu tentar remediar o mal que tinha feito. Já não tinha as suas asas para voar mas mesmo assim, a fada pôde ver que a Terra já não era a mesma; estava mais triste, abandonada e escura. Começou pelo maior país do planeta e olhando através das janelas das casas mais baixas, viu crianças a chorar sozinhas, no país dos habitantes cor de chocolate viu mães a chorar pelos seus filhos e no país à beira mar, a casinha tinha demolida e no seu lugar estava uma grande fabrica… tão grande que era assustadora!
Que poderia Oriana fazer para remediar esta situação? Estava triste e não sabia o que fazer para tirar tanta tristeza do mundo e ainda por cima sem os seus poderes de fada! Andou pela Terra sem destino durante algum tempo, cismada consigo mesma e com o que tinha feito.
Uma manhã, passando por local ermo e desabitado, já cansada de tanto caminhar, Oriana ouviu ao longe um sussurro triste e decidiu aproximar-se. Viu um menino só e muito magrinho dentro de uma tenda que abanava ao vento e que já não o protegia do frio.
Ao ver que o menino tremia de frio e sem um agasalho com que o pudesse proteger, Oriana deitou-se ao lado dele e aconchegou-o nos seus braços, aquecendo-o e protegendo-o da grande tempestade que se avizinhava. Foi uma das piores tempestades de que se há memória! Era tanta a chuva que os rios transbordaram. A fada não se moveu de onde estava, já sem forças mas disposta a dar a vida se assim fosse preciso para proteger a criança que tinha nos braços.
A estrela brilhante apareceu por entre as nuvens e o vento deixou de soprar e olhando para cima; Oriana viu a Rainha das Fadas diante dela, disposta a devolver-lhe as asas e a varinha de condão pois Oriana tinha deixado de pensar nela própria para salvar aquele menino indefeso.
A partir deste dia, Oriana não voltou a quebrar a sua promessa, ajudando o planeta Terra a ser belo e a ajudar os seus habitantes de que não se pode ser feliz olhando apenas para nós próprios
.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Fim de ano...








Este texto já foi escrito à algum tempo mas só agora tenho tempo de o colocar aqui:



Mais um ano que termina...está na horinha do balanço!
Fazer um CF foi a melhor coisa que me aconteceu na vida!Este ano de 2007 foi um ano de testes contantes...que eu acredito que me foram colocados com um propósito..."Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos". É esta frase que descreve este ano...fui capacitada e abençoada com pessoas tão belas que às vezes dou por mim a pensar que não mereço tanta felicidade nem pessoas tão especiais ao meu lado...que me mantêm no caminho certo e estão comigo nas minhas quedas, dando-me a mão ao longo do caminho...que me enxugam as lágrimas amargas que por vezes caem.
Eu sei que tudo Fazes com um propósito...e só te posso agradecer por Estares sempre com esta filha tolinha que muitas vezes Te e lhes falha.
E agradeço-te tambem pelo privilégio que me dás todos os dias de ter perto de mim verdadeiros anjos!





Obrigada Pai...

quinta-feira, 6 de março de 2008

Porque O sinto

Encostei a cabeça na almofada, olhei para o tecto do meu quarto, cheio de estrelas, inspirei o incenso que invade o espaço… enfim, o meu cantinho de paz, e adormeci. De repente dei por mim num sítio que não conhecia, que não era o meu quarto, onde não havia estrelas nem incenso.
Levantei-me e comecei a andar, na esperança de encontrar algo que fosse capaz de reconhecer, algo de que lembrasse…mas nada e o meu peito começava a ficar cada vez mais apertado, numa sensação de opressão que cada vez me inquietava mais.
Finalmente cheguei ao cimo de uma encosta onde havia casas e tentei encontrar alguém que me pudesse dar informações sobre aquele sitio estranho mas andava e andava e ninguém parecia dar pela minha presença ali. Sem mais nada que pudesse fazer, sentei-me na base duma grande árvore à espera que alguém desse pela minha presença. Quem ia passando por mim parecia nem sequer dar pela minha presença, nem sequer olhavam para mim ou sequer para a árvore que me apoiava… Parecia que nem sequer existíamos! E quanto mais tempo passava naquele local foi dando conta de que naquele local raramente se falava…cada um embrenhado na sua vida sem olhar para quem estava ao lado ou para quem morava na mesma casa. Cada um só queria saber de si…e sempre de costas voltadas para a grande árvore…Senti-me cansada e tornei a fechar os olhos…
Acordei sobressaltada, olhei em volta e estava volta ao meu cantinho de paz. Olhei para o crucifixo, sorri e agradeci…
Agradeci-Lhe a oportunidade de viver num mundo onde a Sua presença se revela em tudo…onde a Sua sombra nos protege e os Seus braços nos acariciam o rosto quando tudo parece em vão… Agradeci-Lhe pela velha árvore que amparou o meu desespero naquele mundo frio e que alegra os meus dias neste mundo onde muitos podem admira-La.