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Vila Real, Portugal
Podia escrever aqui muita coisa, mas nada seria tão certo e real como os pequenos desabafos aqui deixados... Desabafos de vida...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

De braços abertos...

Ontem tive a oportunidade de ver uma das imagens mais belas de que tenho lembrança... Cheguei a Lisboa e desta vez fui beber um chocolate quente à beira rio. Ao passar a ponte 25 de Abril, o meu olhar prendeu-se naquela imagem de braços abertos. Demorei bastante a identificá-la por entre as nuvens quase misticas que na Sua frente estavam.
Aquele simples contorno desfocado que tanto me esforçava por ver, fez-me começar a pensar na quantidade de vezes que isso acontece na nossa vida... Quantas vezes olhamos à volta tentado forçar-nos a ver algo que simplesmente está lá... E que nós sabemos que está, mas queremos sempre mais... Algo que nos faça descansar este coração humano e que satisfaça os nossos olhos e as nossas vontades.
Quanto mais me esforçava por ver, mais tinha a percepção de que Ele lá estava... De braços abertos pronto a receber-me, apesar da minha vontade em atravessar com o olhar a névoa que O tapava...
Confiar é isso tambem, como aprendi ontem... É saber que lá está... Preocupar-me mais com a essência do que com a imagem... Mais com a mensagem do que com aquilo que quero...
Preocupar-me mais não em ver, mas em sentir... Aquele abraço e aquele chocolate quente tiveram o dom de me por aquele sorriso no rosto e aquele calor no coração...

sábado, 27 de junho de 2009

Bem bem bem gelado...

Tudo isto começou com um grande cappuccino bem geladinho que pedi num café... Finalmente encontrei um sitio em que o café não está quente... E nestas semanas o café é das unicas coisas que me sustêm... Têm sido doses bem industriais!
Fui bebendo, fui falando... E fui reparando que não era apenas o meu cappuccino que estava bem geladinho... Também eu estava e a frieza com que falava assustou-me. Há já bastante tempo que não sentia tanta frieza na minha voz, nem no coração.
Parece que finalmente algo morreu dentro de mim, mas levou o resto... Voltou aquele sorriso sempre na cara para disfarçar o que vai cá dentro... O sorriso que esconde uma frieza que me começa a assustar e da qual tenho medo... O sorriso que não chega aos olhos e que quem me conhece sabe identificar... Mas nem eu sei o que se passa comigo e tentar passá-lo para palavras é-me completamente impossivel. Apenas sei que me sinto vazia, sem uma parte de mim, que se perdeu algures no caminho e que foi substituida por cubos de gelo...
Hum... Ando a perder muitas partes nos ultimos tempos... O que vale é que sei que mais tarde ou mais cedo encontro outras... Se ainda houver espaço no meio de tanto gelo...
Oh sinhor, sinhor... É mais um ice cappuccino!

domingo, 21 de junho de 2009

Há palavras que custam...


Ontem foi o dia de me despedir dos meus meninos da catequese... Mais que uma até já, tive de lhes dizer que não lhes vou poder dar catequese no próximo ano. Foi a frase que mais me custou dizem nos ultimos tempos, mas aguentei não chorar quando olhei para aquelas carinhas lindas.
Mas o que me tocou foi vê-los de terço na mão, pedindo ao Padre que os abençoasse... Aquelas mãos inocentes erguidas em prece com os terços na mão, lavou-me a alma!
A calma e a confiança que me incutiram naquele pequeno gesto é indescritivel... Quero mais... Quero serenar o coração, deixar de viver em antecipação...


sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ano sacerdotal...

"Padre é o coração de Jesus no coração de outro homem"
D. Joaquim

Sem palavras...

"O Sacrário é outra prova do Seu amor: "Estarei convosco até ao fim dos tempos""

D. Joaquim

terça-feira, 16 de junho de 2009

Acordar diferente...


Pela primeira vez em muito tempo acordei e ao abrir a janela não dei de caras com natureza no seu estado mais puro... Apenas vi betão e vigas... Vigas e betão...
Mete-me alguma confusão esta mudança de paisagem e lembro-me de ontem durante a viagem, vir de nariz colado na vidro do autocarro a ver a paisagem que tão familiar me é e a pensar no vital que me é... Ou seja, fartei-me de chorar!
Esta incerteza de não saber se terei de abandonar as coisas que mais gosto por questões monetárias deixa-me inquieta... A aventura sabe sempre bem, mas por vezes tenho medo que o preço possa ser elevado demais. O dinheiro é bom e faz falta... Mas não é o mais importante... Não para mim... Serei eu capaz de encontrar o equilibrio?!

domingo, 14 de junho de 2009

Já são sete...

Sete anos que partiste... Sete anos que já não ouço as tuas gargalhadas... Sete anos em que tive de crescer sozinha... Sete anos que luto para fazer o que me pediste... Sete anos em que continuas tão parte de mim como no primeiro momento... Sete anos em que agradeço a graça de te poder ter, mesmo que por breves instantes, sempre aproveitados até ao tutano... Sete anos que não apagam a tua memória, porque fazes parte de mim, daquilo que sou...
Sete anos... Reza por mim ao Pai...
Tenho saudades tuas...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ver procissões...Ou nem por isso!

Ontem foi o dia do Corpo de Deus, feriado nacional e dia de procissão cá na terriola! Para além do comércio que se gera nesta data (quais vendilhões do Templo), há sempre o ver a procissão por aquilo em que acreditamos... Ou ver a procissão para mostrar o status!
Revolta-me quando falam que a juventude não sabe ter respeito pelas tradições antigas... Não por estarem errados, mas porque quem o diz são os primeiros a usar a religião e as ditas tradições para se mostrar perante uma cidade... Grande respeito, sim senhora!
E quando se tenta chamar a atenção para este facto, a resposta é mais que óbvia: "Tu sabes lá o que dizes! Antes de tu cá andares, já nós cá estavamos! Não há nada sobre religião que nos possoas ensinar"!
Pois, não há como negar... Sou mais nova (assim dizem as certidões de nascimento), há muita coisa que não entendo... Muita coisa que tenho de aprender... Mas de uma coisa me orgulho! Não tenho medo de aprender!
E ao explicar isto, mais uma vez não fui compreendida... Mas eu tenho de compreender... Porque sou mais nova...
Vamos abrir a cotação na Bolsa!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A alegria da Comunhão...

Ontem vi três crianças comungar pela primeira vez e de repente recuei no tempo... Vi-me a mim mesma a comungar pela primeira vez... Relembrei a alegria que senti, o calor que emanava de mim quando pela primeira recebi o Teu corpo transfigurado na hóstia. Talvez por ser a criança mais velha que fez a primeira comunhão naquele grupo, lembro-me que andava tão alegre que ninguém me aturava... Sentir Jesus perto do meu coração... Que bom, que bom!
Voltando ao presente, vi a mesma alegria que senti na cara daquelas crianças... O sorriso no rosto enquanto ajudavam o Padre a por a mesa da festa... Aquele brilhozinho nos olhos de quem tem pressa de sentir-Te junto ao coração!
Tambem a minha comunhão ontem teve um sabor especial... O sabor da saudade daquele meu dia... O sabor da alegria inocente sentida... O sabor de algo que nunca devia ter perdido... O sabor daquele calor no peito de quem esconde o mais belo segredo... O sabor de um coração aconchegado no mais belo amor...
Abá, Paizinho...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Já fazia falta...

Estas duas noites que passaram têm sido diferentes do habitual... Já tinha saudades de ficar na minha varanda, respirando o ar da noite e a ler um bom livro. Quando a vista já cansa, pousar o livro, deitar-me e olhar para cima, para o firmamento... E parar de pensar. E por momentos existimos apenas Tu e eu. Não há o rebuliço do dia a dia nem o barulho dos carros... Apenas nós... Sabem bem estes momentos...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Da tua candeia Mãe...

De volta ao meu espacinho, para deixar mais um pouquinho de mim... Sábado realizou-se a procissão do mês de Maria. Depois dos acontecimentos da Vigilia de Pentecostes, estava um pouco desanimada e cansada e pensei seriamente em não comparecer... Mais uma vez (e cada vez mais frequentemente) precisava do meu espacinho e do meu tempo.
Mais uma vez, Ele trocou-me as voltas e lá me encaminhou para junto da Mãe, mostrando-me mais uma vez que era ali que devia estar... Sem mais, nem menos. Perto daqueles pontinhos de luz tão puros das velas e de outros pontinhos de luz ainda mais puros e belos que começam a despontar nos pequenos grandes rebeldes que acompanho. A espera por Ela foi grande mas valeu a pena, pois devolveu-me a calma que apenas uma mãe pode transmitir... Devolveu-me a fé pura que apenas uma mãe tem... Devolveu-me um pouco de mim, que apenas Tu Mãe, poderias fazer!
Apesar do peso do andor e de sentir os meus ombros prestes a rebentar no caminho, cresceu uma força em mim que eu já não me lembrava que tinha... Um fogo que começou a arder dentro do meu peito com a mesma intensidade com que brilhava a luz na minha mão...
Olhei para cima, para Ti Mãe, e vi a Tua candeia que brilhava lá no céu... Sempre certa, sempre presente... Sempre Tua... Fazando-me lembrar o teu regaço de Mãe, sempre a postos... Há luz!